PCP contra a privatização

Os <i>Correios</i> são do povo!

O PCP realizou, no início da semana, por todo o País, acções junto a estações dos Correios contra a privatização dos CTT. Em todas elas era distribuído um folheto onde se defendia que «os Correios são do povo».

Numa dessas acções, realizada na manhã de terça-feira nos Restauradores, em Lisboa, participou Jerónimo de Sousa que se juntou a cerca de duas dezenas de militantes comunistas que ali distribuíam os folhetos. Em declarações à imprensa, o Secretário-geral do PCP considerou «escandalosa» a intenção do Governo de privatizar os CTT, «umas das mais importantes empresas públicas nacionais». Que, para além do incontestável interesse público, dá lucro.

Dando voz às análises do PCP acerca desta anunciada privatização, Jerónimo de Sousa alertou para as consequências que a operação pode ter, caso avance: a degradação do serviço postal e a destruição do seu carácter universal; o encerramento de estações, dificultando o acesso aos serviços às populações mais afastadas dos grandes centros urbanos.

Isto acrescentando à destruição de postos de trabalho, à quebra do valor dos salários e ao aumento da precariedade, a par da perda de receitas para o Estado. A ganhar sairia, evidentemente, o grande capital nacional e estrangeiro, com os lucros que passaria a acumular também neste sector.

O Secretário-geral do PCP fez questão de realçar que a presença dos comunistas junto aos CTT é também uma forma de estes expressarem a sua solidariedade aos trabalhadores, confrontados com diversas medidas da administração, que quer passar a ideia de que os carteiros «estão a mais», apesar de os substituir por trabalhadores com vínculos precários.

Naquele mesmo dia, poucas horas depois, iniciava-se, na capital e em alguns outros locais, uma greve dos carteiros ao segundo período de trabalho. Como contaram ao Avante! Fernando Ambrioso e Rui Silva, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN), em causa está a oposição à substituição dos carteiros por outros trabalhadores em diversas funções. Isto levaria a que os carteiros deixassem de receber o subsídio por entrarem ao serviço antes das 8 horas da manhã mais o pequeno-almoço – ou seja, perto de 300 euros mensais. O salário-base de um carteiro do primeiro escalão é de 580 euros brutos.

Revelador da actual política da administração dos CTT é a venda recente do edifício onde está ainda instalada a estação dos Restauradores. Já vendida, é actualmente ocupada pelos CTT mediante aluguer. No futuro, a estação dos Correios será transferida para uns metros mais acima, num centro comercial.



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